Em estado puro, o estanho se
apresenta com baixo grau de dureza, ou seja, é macio demais para ser usado
sozinho. Por isso, a fabricação dos artefatos exige sua liga com outros metais,
de forma a conferir-lhe maior dureza e resistência a impactos.
O estanho do Brasil utiliza uma
liga mundialmente conhecida como “Liga pewter”, completamente isenta de chumbo,
contendo 95% de estanho e o restante de cobre e antimônio, as soldas são feitas
com uma mistura de estanho e bismuto.
O metal é excelente condutor
térmico, transmitindo com facilidade as sensações de frio e quente. Mas, por
ser quimicamente estável, não altera o sabor das bebidas e alimentos, tanto que
as latas de conservar são revestidas em estanho exatamente para proteger seus conteúdos.
Outra curiosidade sobre o
estanho: ao contrario do que muitos pensam, sua cor original é polida e
lustrosa como a prata. O tom acinzentado que vemos em algumas peças – e que
alguns consumidores consideram esteticamente mais atrativo – se deve à má
conservação, ou a pátina propositais de envelhecimento acetinado e imersão em
banhos químicos.
Uma das razões para a
revitalização do estanho nas galerias de artesanato e lojas de decoração é o
raro valor agregado à sua fabricação, que envolve recursos oficinais de
modelagem e fundição e fundição, mas não pode dispensar a contribuição da mão
humana no caprichoso acabamento das peças.
O roteiro de produção das peças
percorre cinco processos distintos. Começa pela fundição da liga pewter
(estanho, antimônio e cobre) conformada em barras ou lingotes de
aproximadamente 25 kg, que são derretidos a 232 graus Celsius e despejados nas
formas de ferro fundido referentes a cada modelo de peça. Da fundição saem
objetos primários que, ao longo do processo, vão se transformando em obre de
arte.
Os processos de soldagem e
montagem acontecem simultaneamente. Em seguida, as peças são torneadas e
finalmente recebem o polimento ou, em alguns casos, banhos químicos e de cevada
para as pátinas de envelhecimento.
Por tudo isso, a produção do
estanho ainda evoca o ambiente das corporações medievais de oficio, com
aprendizes e mestres, lado a lado com instalações semi-industriais.
Curiosidade – Picheleiro, antigo
nome que se dava à pessoa que trabalhava com estanho. A palavra deriva de “pichel”,
pequeno vaso ou taça de estanho usado para retirar vinho das pipas e,
naturalmente, bebê-lo.
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