O estanho, um dos mais antigos
metais conhecidos, é utilizado pelo homem há cerca de 5.000 anos. Os egípcios utilizavam
o estanho, que misturavam ao cobre para obter o bronze, como nos demonstraram
achados do tempo das pirâmides. Na Índia, na China e no vale do Eufrates
utilizavam-se objetos de bronze cerca de 2.500 anos antes de Cristo.
Quando de descobriram na Europa
minas de estanho, deixando de ser necessário trazê-lo da Índia, esse metal
brilhante como prata passou a ser utilizado na confecção de toda a espécie de
utensílios e de pequenos vasos para uso doméstico. No tempo das cruzadas (século
XI a XIII) começaram a trazer ao peito pequenas imagens feitas numa liga de
estanho, fundidas em moldes de madeira, barro ou areia. Em vez de frágil louça
de barro que até aí fora utilizada para uso doméstico, as pessoas começaram
pouco a pouco a usar pratos de estanho, caros mas resistentes, tendo sido nos
conventos onde mais cedo se começou a utilizar com regularidade louça e objetos
vário de estanho.
Os camponeses, que trabalhavam o
estanho nas oficinas dos conventos, começaram a querer também em suas casas e
quintas, utensílios em estanho, encomendando-os ao fundidor o que deu origem à
divulgação desse ofício; o estanho provinha de novas minas em exploração na
Europa central. Na Idade Média, a idade do ouro da arte da fundição de objetos
em estanho, os artesões que trabalhavam o estanho eram conhecidos no sul da
Alemanha pelo nome de “Kandler” ou “Kandelgiesser”, e na Alemanha do norte
pelos de “Kannenmarker” ou “Tingheter”. O termo “ Zinnglesser” (“fundidor do
estanho”) só começou a ser usado de século XVIII em diante. A arte de fundição
do estanho atingiu elevado grau de
perfeição, como nos demonstram os exemplares de terrinas, canecas, pratos e
jarros de estanho que podemos ver em muitos museus. A variedade de motivos que
ornam a superfície de algumas dessas peças (de modo particular as da época
barroca) é notável.
Por volta de 1500 começou a pôr-se
o problema da liga de estanho a utilizar e da masneira de marcar as peças,
problema que levou cerca de um século a resolver. A utilização de uma liga de
estanho e chumbo facilitava o trabalho; além, disso o chumbo era consideravelmente
mais barato do que o estanho, o que levava por vezes a aumentar a quantidade de
chumbo da liga. Essa falsificação
prejudicava porém a bolsa e a saúde do comprador (envenenamento por chumbo),
pelo que muitos artesãos resolveram passar a identificar as suas obras, apondo-lhe
a sua marca. De início marcavam-se as
obras com o sinete da casa. Mais tarde começaram a utilizar-se as marcas que
testemunhavam da qualidade do estanho e do local de proveniência da peça
marcada, (marca da cidade) o que permite a todos os artesãos do estanho
garantirem assim a autenticidade das
suas mercadorias.
Essa marcação das peças mantém-se
ainda hoje em dia, continuando a elucidar-nos quanto a qualidade e ao local de proveniência
dos objetos em estanho. A industrialização levou à produção em série dos
objetos de uso doméstico, a proibição de todo o trabalho dos metais que vigorou
durante a guerra e a crise do trabalho do após-guerra prejudicaram muito o
trabalho da fundição manual do estanho. Hoje em dia verifica-se, porém, um
interesse renovado pelos objetos em estanho, que dão conforto e calor aos
interiores modernos. Inventaram-se ainda novas formas para esses objetos de
estanho, formas que correspondem melhor ao gosto da nova geração.
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